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terça-feira, 19 de abril de 2016

Necronomicon ("Al Azif", no original Árabe) Seria Realmente um Livro Fictício?

O Necronomicon ("Al Azif", no original Árabe) é um livro fictício criado por H.P.Lovecraft, autor estadunidense de ficção científica, horror e literatura fantástica. Segundo o próprio, o Necronomicon teria sido escrito em Damasco por volta de 730 d.C. por Abdul Alhazred, um poeta árabe louco originário de Sanaa, no Iémen. O "Necronomicon" é o mais famoso livro fictício dos "Mitos de Cthulhu", nome dado pelo ...

escritor August Derleth à mitologia criada por Lovecraft, e aparece em grande parte das suas obras. Um dos exemplares da obra estaria guardado na biblioteca da Universidade de Miskatonic, sediada em Arkhan. O grimório conteria fórmulas mágicas ligadas à magia negra e aos Antigods, seres descritos especialmente em dois contos, Nas montanhas da loucura e A sombra perdida no tempo. Usando esta fórmula de atribuição a um autor antigo de um livro, cuja cópia em seu poder seria a última existente, e usando um contexto fantástico, o autor desenvolve a ideia de um livro mágico, creditando possíveis excessos à alma de poeta do "autor" original. Esta fórmula literária foi também utilizada por Jorge Luis Borges e Umberto Eco nas suas obras.
Alegadamente, o Necronomicon é um grimório onde são descritos numerosos rituais para ressuscitar os mortos, contactar com entidades sobrenaturais, viajar pelas dimensões onde habitam estes seres, trazer de volta à Terra antigas divindades banidas e aprisionadas, etc. É mencionado ainda que a sua simples leitura basta para provocar a loucura e a morte. Embora o livro seja fictício, Lovecraft forneceu inúmeros dados supostamente reais a respeito da sua origem e história. Indicou, por exemplo, que o livro foi banido pelo Papa Gregório IX em 1232, logo após a sua tradução para o latim, e que dos exemplares ainda existentes um está guardado no Museu Britânico em Londres e outro na Biblioteca Nacional em Paris. Graças a isso, e apesar do autor ter insistido em numerosas ocasiões que o livro é pura ficção, existem relatos de pessoas que acreditam realmente que o "Necronomicon" é um livro real e o próprio Lovecraft recebeu cartas de fãs inquirindo acerca da autenticidade do mesmo.

Alguns escritores produziram e apresentaram necronomicons diversos. Um de tais escritores é o italiano Frank G. Ripel, fundador de uma Escola de Mistérios - a Ordem Rosa Mística. Em um de seus livros - La Magia Lunar - Ripel fornece uma tradução em castelhano do "verdadeiro Necronomicon" que, segundo Ripel, teria sido formulado há mais ou menos 4.000 anos a.C. O Al Azif seria uma versão espúria, adulterada através dos tempos. O Necronomicon da Ordem Rosa Mística fundamenta uma série de rituais da Ordem e há quem acredite que todas as entidades nele citadas são reais.

Verdades e (principalmente) Mentiras sobre o terrível Necronomicon
"O Necronomicon realmente existe?" Sabe, depois de "Como se pronuncia corretamente o nome Cthulhu", essa talvez seja a pergunta mais comum. Sempre aparece alguém dizendo que ouviu falar de alguém que tem o tal livro, que um tio tem o livro mas nunca deixa ninguém ver, que encontrou na internet uma cópia verdadeira etc, etc, etc... Então já que é assim vamos direto ao ponto: NÃO! O Necronomicon não existe, nunca existiu e se existe algo hoje em dia com esse título é porque muita gente quer ganhar um trocado em cima das estórias de H.P. Lovecraft. Lovecraft disse textualmente que o livro não passava de uma peça de ficção, algo que ele inventou para suas estórias. Mas mesmo assim, tem gente que não se convence. Quer acreditar que o Necronomicon existe, que Lovecraft era um ocultista, que ele dominava rituais de magia, que Cthulhu é uma referência ao demônio e blá, blá, blá... Aqui vai um texto à respeito desse assunto, com aquela que pode ter sido a origem da lenda sobre a existência do verdadeiro Necronomicon.

A coisa começou mais ou menos assim:

No início dos anos 70, no auge da moda ocultista, dois monges ortodoxos teriam procurado o editor Harry Slater para oferecer a ele um manuscrito que seria a única cópia existente de um terrível livro de magia até então desconhecido. O nome do livro era Necronomicon. Os monges afirmavam ter conseguido o manuscrito após um roubo perpetrado à biblioteca de um Bispo Ortodoxo chamado Simon. Um roubo a uma valiosa coleção de livros de fato ocorreu em 1972, mas embora muitos livros de valor tenham sido levados, o Necronomicon não era um deles. Slater afirmou ter comprado o manuscrito dos monges, mas jamais permitiu que o documento fosse examinado dizendo que seria algo extremamente perigoso. Essa preocupação, no entanto, não impediu que ele mandasse o texto para impressão e o publicasse como sendo um verdadeiro tratado de magia. Essa história meia boca está por trás da lenda do Necronomicon. Francamente, Lovecraft deve estar dando voltas em sua tumba... Como tantas pessoas puderam acreditar em uma estória tão estapafúrdia e sem pé nem cabeça?

Vamos por partes.

Herman Slater foi uma figura proeminente entre os adeptos do neo-paganismo e wiccan nos anos 70. Ele era dono de uma livraria popular em Nova York, a Warlock Shop, que vendia todo tipo de bugiganga, quinquilharia e publicava literatura barata sobre o mundo oculto. Em 1975, a editora lançou a primeira edição de "Necronomicon: o Texto de Simon" (ou "The Simon Necronomicon" como ele ficou mais conhecido). O material era supostamente parte de um manuscrito muito antigo escrito em inglês arcaico. Segundo boatos, o livro teve uma tiragem de 666 cópias, vendidas a 70 dólares o exemplar. Os livros se esgotaram e no ano seguinte uma segunda edição com 3.333 volumes foi para o mercado. Eventualmente, os direitos foram comprados pela Avon Press, que imprimiu o livro em formato pocket book e o comercializou em massa ao custo de 5 dólares. Desde seu lançamento, o Simon Necronomicon jamais esteve fora de impressão e continua sendo vendido até hoje (vá lá conferir no Amazon, é verdade!)

Slater sempre alegou que a misteriosa história do Necronomicon atraía o público. Ele alertava a todos que o conteúdo do livro não era para qualquer um, a não ser os iniciados nos mistérios arcanos. É claro, isso fazia parte do marketing para promover seu produto. Para começar, o verdadeiro autor de Necronomicon não é outra pessoa senão o próprio Slater. O livro é um tributo medíocre a Aleister Crowley com idéias chupadas de suas teorias e trechos inteiros copiados de livros sérios sobre mitos mesopotâmicos, acadianos e babilônicos. Trocando em miúdos: uma tremenda picaretagem. Infelizmente a coisa fez sucesso. Esse sucesso se deve em grande parte a campanha do próprio Slater, que verdade seja dita, sabia como se auto-promover. Na época do lançamento do Simon Necronomicon, ele foi a programas de rádio e apareceu na televisão. Alegou que estava sofrendo pressão por parte de grupos conservadores e religiosos que tentavam impedir o lançamento do livro. Nada poderia estar mais distante da verdade... ninguém tinha sequer ouvido falar de Slater ou do livro. Mas a campanha ruidosa conseguiu gerar atenção e despertar interesse da mídia e do público.
Mas sobre o que é o Simon Necronomicon? A introdução diz que ele foi escrito por uma figura identificada apenas como "o árabe louco". O livro é um tipo de testemunho, relatando as viagens desse personagem e suas experiências com os chamados Deuses Ancestrais que "aguardam mortos, mas sonhando"(!). Ele identifica entidades como Kutulu (!!) e Humwawa que seriam poderosos demônios sumérios (!!!). O livro ensina magias, rituais e símbolos de proteção e invocação para esses deuses, convenientemente adaptando rituais enoquianos. No prólogo da última edição, o nome de H.P. Lovecraft é mencionado (pobre coitado!). O autor afirma que Lovecraft não inventou o Necronomicon. Ele provavelmente recebia emanações psíquicas que partiam de forças obscuras, para que ele compartilhasse a existência do livro com seus leitores. O texto defende que Lovecraft era uma espécie de medium capaz de captar trechos do Necronomicon verdadeiro, mesmo que jamais o tivesse lido.

Papo furado! (ou como diriam os americanos "Bullshit"!)

A verdade é que Lovecraft foi apenas um escritor de estórias de horror e ficção. PONTO FINAL!

Ele não foi um ocultista e muito menos recebia mensagens psíquicas. O homem era um ateu materialista até a raiz do cabelo. Ele defendia que a ciência um dia seria capaz de explicar todas as manifestações aparentemente sobrenaturais e reduzir a fé a um sistema inócuo de crendices. Alguns fãs, no entanto, parecem desesperados em apontar possíveis ramificações ocultas na biografia de Lovecraft. Eu me pergunto se J.K. Rowling sofre com isso? Será que alguém a idealiza como uma sacerdotiza vodu ou uma hierophanta druídica? O pior é que os argumentos não se sustentam. Dizem que Lovecraft tinha conhecimento de ocultismo por citar personalidades como John Dee (que realmente existiu) em seus contos. Mas o que isso prova? Qualquer um pode incluir uma figura histórica em sua ficção para torná-la mais autêntica... de fato, autores de ficção fazem isso diariamente.

Há rumores que Lovecraft conheceu Alesteir Crowley pois o mencionava em algumas cartas. Enquecem porém que nos anos 20, Crowley era uma figura pública que aparecia nos jornais e revistas, inclusive nas revistas que Lovecraft lia em busca de inspiração. Em contrapartida, não há nada na biografia de Crowley que cite o nome de Lovecraft, o que faz muito sentido, já que sua obra só passou a ser relevante anos após a sua morte. Mas aqueles que querem à todo custo fazer de Lovecraft um ocultista não desistem facilmente. Um dos argumentos mais comuns afirma que o Necronomicon é um livro real, um tomo de magia verdadeiro e que, portanto, se Lovecraft sabia de sua existência, sem dúvida o havia lido.
Alguns afirmam que o Necronomicon existe porque ele cita corretamente trechos da mitologia babilônica. Ora, se é assim podemos considerar que a Mulher Maravilha existe, simplesmente porque suas estórias envolvem personagens da mitologia grega? O Necronomicon é algo de que Lovecraft se orgulhava de ter criado. Era perfeito para o tipo de estória na qual ele se especializou. Uma obra misteriosa, ao mesmo tempo profana e perigosa, cujo conhecimento trazia a ruína e a loucura. Lovecraft não se cansava em dizer que o Necronomicon não existia. Em 1933 ele escreveu para seu colega Robert Bloch:

"Por falar nisso, não existe tal coisa como o Necronomicon ou o árabe louco Abdul Alhazred. O livro é algo que saiu da minha imaginação e que parecia, modéstia à parte, bom demais para não ser usado repetidas vezes"

Em janeiro de 1934 ele foi mais longe ao contar a uma leitora o seguinte:

"Sobre o Necronomicon - devo confessar que esse abominável volume é meramente fruto da minha imaginação! Inventar livros tão horríveis é uma espécie de passatempo entre os autores da ficção fantástica... muitos dos escritores que contribuem com a Weird Tales inventaram seus próprio títulos. É divertido perceber como outros escritores usam personagens e livros imaginários em suas próprias estórias. É por isso que Clark Ashton Smith fala sobre o Necronomicon, enquanto eu me refiro ao Livro de Eibon, uma criação dele. Esta troca de idéias ajuda a construir um histórico pseudo-convincente, uma mitologia negra, lendária e realista - embora, é claro, nenhum de nós deseja enganar os leitores afirmando ser remotamente verídica".

Mas apesar de negar veementemente a existência do Necronomicon, as pessoas ainda pareciam duvidar. Parece inerente aos fãs desejar algo mais - pergunte aos fãs do Código Da Vinci. Mesmo quando Lovecraft ainda era vivo, fãs enviavam cartas à Weird Tales perguntando se o livro realmente existia. Lovecraft educadamente respondia que a obra não passava de ficção.

Em Julho de 1933, ele comentou com Robert Bloch:

"Esse mês o Necronomicon foi citado em três oportunidades o que me trouxe uma série de questionamentos por parte de leitores à respeito de sua existência e como tal livro poderia ser obtido. Em cada caso eu confessei que o livro não passa de uma fraude fictícia".

O interesse no Necronomicon era tão grande que o editor da Weird Tales, Farnsworth Wright, chegou a sugerir que o autor explorasse o interesse e escrevesse o tal livro de uma vez por todas.

Em tom de brincadeira Lovecraft comentou com Robert E. Howard em Maio de 1932:
"... quanto a escrever o Necronomicon, quisera ter a energia e genialidade para fazê-lo! Daria muito trabalho relacionar todos os temas que eu atribui a esse livro. Eu poderia, no entanto, escrever uma edição censurada do Necronomicon - contendo apenas as partes que seriam razoavelmente seguras para a humanidade conhecer! O velho Abdul enfim seria imortalizado!" Há muitas outras cartas escritas por Lovecraft demonstrando que o Necronomicon jamais existiu. De fato, ele parecia se divertir com as insinuações que o livro era algo verdadeiro, mas sempre deixava claro que não era esse o caso. Quando Lovecraft morreu na obscuridade em 1937, seus colegas mantiveram vivas suas criações. O Necronomicon continuou sendo utilizado em contos e estórias curtas de outros escritores e à medida que a obra de Lovecraft foi sendo lentamente redescoberta por toda uma geração de leitores: o árabe louco, Cthulhu e o Livro dos Mortos começaram a chamar a atenção.

Não demorou para alguém esperto explorar essas idéias fora do contexto original de literatura e apresentar como algo real. Uma pena que isso tenha sido feito de maneira tão simplista. Eu me pergunto o que Lovecraft diria se algum viajante do tempo lhe revelasse que no futuro o Necronomicon não apenas seria escrito, mas vendido como um verdadeiro livro de magia. É provável que ele não acreditasse... se Lovecraft teve fé em alguma coisa na sua vida, era num futuro mais racional, menos supersticioso para a humanidade. Francamente, posso supor que ele ficaria um tanto decepcionado, provavelmente perderia um pouco de sanidade.
Fonte:http://www.oarquivo.com.br 
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                                                  Fonte:Enigma 51

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